...Pode ser que o tempo não pare... Valeria eu me afastar?...

Antes de começarem, recomendo que leiam escutando junto à música no fim da página.

...Pode ser que o tempo não pare... Valeria eu me afastar?...

Tudo começou naquela maldita tarde...

Os tempos não mudavam há dias, mais por que naquela tarde?

Folhagens negras nas árvores, o vento gelado vindo do sul e uma poça de água entre nossos destinos.

Ou o nome certo seria um mar?...

Oceano?...

Talvez fosse para ser assim...

Ou talvez fosse minha própria mente jogando um de seus jogos insanos...

Propriamente, queria poder voar...

Talvez assim ver o mundo com outros olhos...

Todo dia, todos os dias...

Às vezes me pergunto o que tem atrás daquela parede...

Será outro muro?...

Será só...

Só.

Às vezes ela me dizia que sim...

Outras ela me dizia que talvez...

E outras ela me dizia que não...

Os tempos, por que tempos? Por que...

Mãos geladas e olhares frios...

Talvez eu já soubesse, só não quis interferir...

Muitos disseram...

Ou até me convenceram...

Porém eu sei que realmente não pude...

Culpar o errado é fácil, construir o certo é difícil...

Os sinos tocavam naquela tarde...

Tão perto, tão...

Eu pude vê-la segurando minha mão...

Pude sentir as pontas de seus dedos nos meus...

Talvez um sonho belo...

Ou um pesadelo terrível...

Talvez ainda não acordei...

Talvez o talvez seja o dito.

Tudo começou com meu coração embalado em fúria, clamando por a vingança mais pura, tão pura quanto a sua linda alma...

Os tempos não mudavam, só mudavam os dias...

As folhagens lembravam-me sua morte, o vento cortava minha alma e a chuva caia em meio ao meu rosto.

Talvez fosse minha mente, querendo me pregar uma peça...

Propriamente eu queria poder voar...

Talvez assim poder te salvar...

Todo dia...

Todos os dias...

Eu penso que poderia...

Será?...

Às vezes ela me fazia sorrir...

Outras ela me deixava sem reações...

E outras ela me fazia chorar...

Porém sempre, suas mãos quentes e olhares ardentes...

Fazia-me querer ser alguém melhor...

Viver...

Ela sorria...

Eu sorria...

Eu pude vê-la segurando minhas mãos...

Pude sentir as pontas de seus dedos nos meus...

Pude sentir...

Pude viver.

Só um dia...

Pude viver.

Há uma parede entre nossos destinos e ela se chama morte.

Tudo começou naquela bendita tarde de inverno, as folhagens brancas, o vento frio e aquela linda poça de água em que você pulava e sorria...

Parecia uma jovem criança se divertindo, encantava-me os olhos com que te via...

Seria ela uma doce anja?

Desde aquele instante eu soube que minha alma encontrou sua gêmea. Seria eu um deus para lutar contra o que sentia? Derrotar esse monstro e derramar sangue...

Assim você caiu naquela linda poça e eu corri para te ajudar a levantar...

Nunca passou algo tão magnifico em minhas mãos...

Perguntei o porquê de estar saltitando sobre uma poça de água em pleno inverno...

E você respondeu sorrindo...

Pode ser que a primavera não chegue para mim, só estou vivendo.

Você me ensinou a viver sem medos dali em diante, mais por quê? Por que não me ensinou a viver sem você?

É tudo tão difícil agora...

Às boas lembranças me fazem chorar, as más lembranças você não deixou criar...

Tudo tão perfeito quanto o medo de te perder...

Não sei o que irei fazer daqui em diante, mais por você eu irei tentar viver.

Por você eu tentarei lutar até o ultimo instante!

E quando a hora chegar eu tenho certeza que você minha anja, você! Irá vir me buscar para que novamente possamos então assim ficarmos juntos... Juntos pela eternidade, juntos por toda a eternidade.

Juntos como uma só alma.

R.I.P

Mary Scott 1990/2010

Lutou até o ultimo instante contra a leucemia.

Você realmente sabe o que é gostar de alguém? Então você sentiu a dor dele.

                          

                                 Pode ser que o tempo não pare... Valeria eu me afastar?

Iccoic Leirda :Rop Otircse

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